Hunter Falcon, Os olhos da Justiça

Hunter: Falcon - Os Olhos da Justiça

A brisa cortava o campo aberto de uma espécie de pedreira abandonada enquanto o grupo de técnicos ajustava equipamentos e analisava os dados em laptops instalados sobre mesas improvisadas. A tensão no ar era palpável, e a paisagem, tranquila e isolada, era o palco de um experimento sem precedentes.

De pé, a poucos metros dali, Hideo Nakayama, um jovem destemido, que já ostentou o uniforme de Red Fire, líder da  equipe japonesa dos POWERMAN, fechava os punhos e fitava o horizonte. No ombro, carregava uma tatuagem intrincada, como uma face estilizada de falcão negro. Era ali que seu poder nascia.

Ele sussurrou as palavras que iriam mudar tudo:
— Falcon Drive!

A tatuagem começou a brilhar intensamente, e nanocélulas negras emergiram de sua pele, espalhando-se como correntes de tinta viva. Elas se multiplicavam rapidamente, cobrindo seu corpo com placas metálicas que se moldavam à sua forma. Em segundos, a transformação estava concluída. 

O traje predominava em branco com detalhes em vermelho e azul, evocando um design aerodinâmico e funcional. No peito e no capacete, um falcão estilizado em preto dominava, um visor azul escondia os olhos amarelos que brilhavam logo após a transformação.

Hideo agora era Hunter: Falcon, o guerreiro biocibernético.

— Conseguiram monitorar a energia? — sua voz saía metálica através do capacete.
Um dos técnicos ergueu o polegar, cheio de empolgação.
— Está estável! Níveis de energia no máximo, Hideo!

Ele sorriu sob a máscara e deu o próximo comando:
— Silver Sledge!

Das nanocélulas de seu traje, surgiu uma bazuca high-tech, o Silver Sledge. Ela era branca com linhas pretas e botões em cores vibrantes. A arma parecia uma extensão de seu corpo.

— Sledge Final!

O disparo que se seguiu foi devastador. Um raio de energia colossal atravessou o ar, obliterando o alvo de teste e deixando uma cratera no campo. A onda de choque virou veículos e lançou poeira ao céu, enquanto a terra tremeu sob seus pés.

— Impressionante, Hideo! — exclamou um dos técnicos, olhando para a destruição. — É o teste final!

Mas Hideo já estava distraído. Seu comunicador vibrou, trazendo uma voz feminina urgente:
— Hideo, onde você está? O curso acabou, e estou te esperando!

— Ah, droga! Esqueci completamente, Sayaka! Estou indo agora! — Ele desativou o traje, com as nanocélulas que recuaram para a tatuagem.

Sayaka, filha do chefe de polícia Miura, era uma amiga de longa data. Ele prometera buscá-la, mas nada o prepararia para o que ele iria presenciar.

Arrancou com sua moto até o local combinado. Ao chegar, Hideo não encontrou Sayaka. Sua expressão endureceu. Ativando o Aquila Eye, uma lente interna que analisava o ambiente em busca de padrões genéticos, ele identificou o DNA de Sayaka misturado ao de outra pessoa desconhecida.

Voava pelo asfalto com a máquina sobre rodas.Cada minutos contava. O rastro o levou a um armazém abandonado. Lá, ele a encontrou presa a uma cruz sobre uma plataforma com uma bomba-relógio acoplada.

— Muito bem, herói... você é mais rápido do que eu esperava! — uma voz zombeteira lhe recepcionou. — Vamos lá! Escolha: sua amiguinha ou me enfrentar? O tempo está correndo!

A bomba marcava 1 minuto e 30 segundos.

Sem hesitar, Hideo saltou para salvar Sayaka. Lasers dispararam de cantos ocultos, e ele desviou com agilidade. Ainda assim, um dos disparos o atingiu, rasgando sua camisa e ferindo-o.

— Falcon Drive!

O traje emergiu novamente, curando parcialmente os ferimentos e aumentando sua força. Com 50 segundos restantes, ele alcançou Sayaka e começou a arrebentar as correntes que a prendiam.

Quando o relógio marcou 5 segundos, ele a puxou e saltou através do teto do armazém, protegendo-a com seu corpo. A explosão os lançou para cima e, depois de uma longa queda, Hideo protegeu o corpo jovem de Sayaka com seu exoesqueleto ciborgue. Felizmente ambos estavam vivos.

Ao lado da moto de Hideo, um bilhete balançava ao vento:
"Boa escolha! Mas o verdadeiro perigo ainda está à espreita. — Hanywa"

— Quem diabos é esse Hanywa? — ele rosnou.

Sayaka, ainda abalada, implorou:
— Por favor, me leve até meu pai!

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Na base da polícia metropolitana de Tóquio, em um setor exclusivo e secreto, Hideo, Sayaka e o Chefe Miura analisavam a gravação conseguida pelo akila eye e o dispositivo auditivo que Hideo mantém consigo. Miura, um comissário de polícia muitas vezes condecorado, desses profissionais que são um tesouro para a corporação, tinha, neste momento, o rosto carregado de preocupação.

— Hanywa... — ele murmurou. — Ele tirou esse nome das estátuas dos túmulos dos antigos imperadores. Mas não é só isso. Ele conhece o projeto Hunter, Hideo.

— Quem poderia ser? — Hideo perguntou, impaciente.

Miura suspirou:
— Quando criamos o projeto Hunter, trabalhamos com um cientista brilhante, o Dr. Nagare. Ele desenvolveu o protótipo das placas que ampliam o poder do traje superior. Porém a pesquisa dele levou alguns usuários a morte, e ele colocou a culpa em falha humana. Tivemos de desliga-lo e Nagare desapareceu misteriosamente há cinco meses. Tudo indica que Hanywa pode estar relacionado a ele.

De repente, um alarme soou: o sistema havia identificado o DNA de Hanywa.

— Nagoya. Ele está em Nagoya, agora. Vá, Hideo!

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Numq praça escura de Nagoya, Hideo caminha com cautela mas acaba sendo atacado por um vulto que se movia em alta velocidade. Golpes precisos o fizeram recuar, até que finalmente o vilão parou diante dele.

— Hanywa... ou devo chamá-lo de Nagare? — disse Hideo, recuperando o equilíbrio.

O vilão riu, tirando o capuz. Sua aparência era grotesca: músculos metálicos saltavam sob a pele, espinhos de prata ornavam seu pescoço. Nas mãos garras amarelas e uma máscara de caveira ocultava seu rosto.

—Sim eu sou Nagare! Sou Shingo Nagare, filho do Dr. Nagare. Seu projeto destruiu meu pai! Agora, eu vou destruí-lo!

Pelo monitor, o chefe Miura e sua filha Sayaka ouvem estarrecidos este que reivindica sangue para vingar o próprio pai, rejeitando o diálogo ou qualquer tipo de esclarecimento. Miura aperta os punhos tamanha é sua indignação. Já Sayaka quer aquele monstro derrotado para que ele não rapte mais garotas indefesas.

— Falcon Drive!

O traje salvou Hideo de ser golpeado pois lançou o monstro para longe devido aos raios elétricos presentes na transformação. Os dois se iniciam um combate feroz. 

— Falcon Dive! — gritou Hideo, ativando uma de suas habilidades.  

Ele saltou em direção a Hanywa, mergulhando como um falcão. O impacto foi devastador, lançando o vilão para trás, mas não sem consequências. Hanywa se ergueu com um sorriso cruel, suas garras reluzindo.  

— Você acha que isso é suficiente para me parar?— zombou Hanywa, avançando com velocidade surpreendente.  

Ele golpeou Hideo com suas garras, rasgando as placas de proteção da armadura e lançando faíscas no ar. Hideo cambaleou, mas reagiu, ativando o Akila Eye para prever os movimentos de seu inimigo.  

— Eu não caio tão fácil!  

Hideo executou uma sequência de golpes rápidos, utilizando o poder amplificado de suas placas cibernéticas. Seus socos e chutes ecoaram pela praça, cada impacto carregado de energia elétrica. Hanywa, no entanto, parecia se alimentar da dor, seus músculos metálicos ficando ainda mais volumosos.  

— Isso é tudo que você tem, Falcon? — provocou o vilão, girando no ar e cravando suas garras no chão. Um tremor percorreu a praça, rachando o chão e desequilibrando o herói.  

O vilão aproveitou a brecha e desferiu um golpe devastador, arremessando o contra a estátua de um antigo samurai no centro da praça. A estátua desabou, enterrando Hideo nos escombros.  

No quartel-general, Sayaka gritou:  

— Pai, ele precisa de ajuda! Faça alguma coisa!

Miura, no entanto, permaneceu calado.  

— Ele sabe o que fazer. Confie nele. - pensou

Debaixo dos escombros, Hideo lutava para se levantar. Sua armadura estava danificada, mas as nanocélulas começaram a reparar as placas aos poucos. Ele sabia que precisava terminar a luta rapidamente.  

— Silver Sledge! — gritou, convocando sua arma definitiva.  

O canhão materializou-se em suas mãos, reluzindo com a mesma tecnologia que compunha sua armadura. Mas Hanywa não recuou. Pelo contrário, avançou com seus músculos metálicos pulsando, e desferiu um golpe direto contra o canhão.Hunter conseguiu bloquear, mas o impacto o fez deslizar vários metros.  

— Chefe! Disparo o Silver Sledge? — perguntou Hideo, a voz firme apesar do cansaço.  

Miura avaliou a situação. Hanywa estava visivelmente alterado, mas ainda era um perigo mortal.  

— Dispare! Não há outra opção.

Hideo ajustou o canhão, mirando diretamente no vilão, que avançava com um grito selvagem. Só tinha uma chance, se falhasse seria seu último erro.

— Sledge Final! — Hideo puxou o gatilho, liberando um feixe de energia concentrada.  

O raio atingiu Hanywa em cheio, criando uma explosão luminosa que iluminou a praça como se fosse dia. A energia varreu o vilão, reduzindo-o a cinzas. Quando a luz se dissipou, apenas o silêncio restava.  

O herói caiu de joelhos, apoiando-se no canhão. Ele estava exausto, mas sabia que a batalha havia terminado.  

Tirando o capacete, ergueu-se lentamente, olhando para o céu.  

Sayaka correu para os braços do pai e chorou pesadamente. Miura sentia se mal por ter dado a ordem mas era o monstro ou um dos seus comandados mais dedicados.

Hunter: Falcon continue a lutar como os verdadeiros olhos da justiça!