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AURION - PRÓLOGO

 Um homem encolhido em posição fetal está escorado no canto de uma cela fria e úmida. Uma poça de sangue o rodeia.

"Ano: 1985. Não faço ideia de que dia seja. Eu sou Riki Yanmaru, o Soldado Biônico AURION. Depois de um longo ano protegendo a Terra de todo o mal..."

A imagem corta para um flashback: Aurion está coberto de fogo e explosões em uma pedreira descampada. Gritos e faíscas ressoam por todos os lados. Ele cai no chão, destransformado, o corpo repleto de feridas.

AURION – (Arfando) Chega... Chega... Não consigo mais me mover... Desisto! Podem me levar...

O espanto no local é geral.

"Enfim, me dei por vencido. Fui a vergonha de todos que confiaram em mim. Anos de pesquisa e preparo... Jogados no lixo!"

Mais tarde...

BELLADON.

Riki está acorrentado pelos braços e pernas. Sir Crowley o arrasta pelo chão, segurando-o pelo que resta de suas roupas, e o joga sobre a mesa de reuniões.

CROWLEY – Aqui está ele, Reverendo! O que restou deste verme agora pertence ao SINMASK!

Mirai Rex se levanta do trono – uma cena rara. Ele desce as escadas lentamente, saboreando cada segundo, até ficar frente a frente com Riki. Segura-o pelos cabelos e ergue sua cabeça.

MIRAI REX – Saudações, Aurion. Seja eternamente bem-vindo ao meu castelo. E quando digo "eternamente", é porque você pode se despedir da vida que levava lá fora. Chegou à ilha de Belladon... Nada mais existe para você.

RIKI – Seu... Desgraçado!

MIRAI REX – Já o privaram de sua fonte de poder?

CROWLEY – É claro.

Ele ergue uma maleta negra de bordas douradas e a abre, revelando os AURI BRACES.

MIRAI REX – Seus enfadonhos braceletes de força... Espero que tenham tido uma longa despedida, porque essa é a última vez que vocês se verão.

A mala é fechada com um estalo.

MIRAI REX – Agora, se me permite, marcarei meu território.

Uma de suas unhas cresce violentamente, quadruplicando de tamanho, e ele a crava brutalmente abaixo do olho esquerdo de Riki. Ele se contorce, um gemido abafado de dor escapa de seus lábios. O impacto deixa um hematoma inchado e uma protuberância grotesca no local.

RIKI – Eu juro... Assim que escapar, você vai deixar de existir, Mirai Rex!

Crowley responde com um soco direto na boca de Riki. Seu punho fica coberto de sangue.

CROWLEY – O Reverendo é seu dono agora! Respeite-o!

MIRAI REX – Levem-no para a enfermaria e tratem-no. Ele perdeu muito sangue na armadilha que preparamos. Nesse estado, não sobreviverá ao que temos planejado. Quando estiver curado, joguem-no em uma das celas especiais e guardem os braceletes no cofre mais seguro e vigiado da ilha. Sua estadia aqui será... proveitosa, Aurion. Eu garanto...

Os olhos de Mirai Rex brilham.


(Fim do Flashback)

Passos ecoam no corredor metálico. A cela de Riki se abre. Crowley entra, carregando uma cadeira. Ele a posiciona à frente do prisioneiro e se senta, apoiando os braços e o queixo no encosto. Balança a cabeça, como se lamentasse.

CROWLEY – Hah! Olhe só pra você, Aurion! Há duas semanas, DUAS SEMANAS, todos no SINMASK tremiam ao ouvir seu nome. O mundo o respeitava. Você era a maior arma já criada pelo homem!

Ele desfere um soco na cara de Riki.

CROWLEY – Agora, não passa de uma sombra do que foi. Apenas mais um prisioneiro... Sem poderes, sem amigos, sem dignidade...

Crowley ergue a cadeira e a esmaga contra as costas de Riki.

CROWLEY – Eu sei que me odeia. O fogo nos seus olhos diz tudo. Se pudesse, arrancaria minha cabeça sem hesitar, não é? MAS VOCÊ NÃO PODE!

A cada palavra, ele desfere um soco brutal e sanguinário.

CROWLEY – O SINMASK só precisa de uma palavra. Apenas diga: DESISTO!

A tortura cessará. Mas depois... você nos contará tudo sobre o Projeto AURION. Armas, veículos, robô. Tudo. Só depende de você.

RIKI – (Arfando) Pode me surrar, me torturar, injetar lixo no meu corpo... Mas nunca arrancará uma única palavra da minha boca! O que eu sei morrerá comigo!

CROWLEY – SEU IDIOTA!

Ele chuta Riki no estômago, fazendo-o colidir contra a parede de metal. Mas, graças ao treinamento cruel do Sargento Watsura, Riki suporta qualquer tortura.

CROWLEY – Por que insiste nessa loucura? Qualquer um no seu lugar teria cedido no primeiro dia! Mas você já está aqui há duas semanas e continua calado! POR QUÊ?

RIKI – Tire minha vida, humilhe-me o quanto quiser... Mas nunca quebrará meu espírito. Minha lealdade ao Projeto AURION é meu bem mais precioso. Jamais abrirei mão dela!

Os olhos de Crowley ardem de fúria.

CROWLEY – Que assim seja... MAZOGS!

MAZOGS – Pois não, mestre?

CROWLEY – Tragam minhas botas cravejadas de pregos. Depois, deem um banho de água fervente nele!

MAZOGS – Sim, senhor!

CROWLEY – Quero esta masmorra sem uma gota de sangue amanhã. A sessão de eletrochoque o aguarda.

MAZOGS – Sim, senhor!


Algum tempo depois...

Preso ao chão, focinheira na boca, gemendo em agonia. Crowley pisa sobre suas costas com botas cravejadas de pregos.

CROWLEY – Confortável, Aurion? Pronto para desistir?

RIKI – Mor... MORRAAAAAAAAAH!!!

CROWLEY – Eu tenho uma vida inteira pela frente. Quando quiser falar, basta dizer.

RIKI – Desista... CROWLEEEEEEEY!!

Crowley ri.

CROWLEY – Mazog! Traga arame e um maçarico. Hoje é noite de grelhados!

MAZOG – Hahaha... Sim, senhor!

RIKI – "Noite de grelhados"...?


Enquanto Crowley assiste a pele de Riki queimar sob o arame derretido, um vulto feminino o observa nas sombras...

Passam-se duas semanas.

Kross medita entre pétalas de rosa vermelha e velas negras. Vozes sussurram em sua mente.

"Sobreviva por nós duas..." "Lute pelo seu destino..." "Agora você me deve sua vida..." "Você não tem mais nada a perder..."

Ela abre os olhos. Em um movimento fluido, corta todas as velas ao seu redor.

KROSS – Chegou a hora...

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