AURION 12

 Na imensidão do espaço, a GALVANOM flutua ,atenta a tudo o que acontece no planeta. Enquanto Helena mantém contato com a central das F.A.U’s, em algum canto isolado da imensa nave, Riki dedilha acordes nostálgicos e soturnos em seu violão, enquanto pensa.

RIKI- Ah, Otane, como sinto falta dos bons tempos ao seu lado...

Ele fecha os olhos e se delicia com as boas lembranças. Eles fazendo guerrinha de neve, andando na roda gigante, passeando pelas ruas de Hokkaido, se abraçando nos dias de nevasca...

RIKI- Como você faz falta em meus dias...

Ele sonha com os dois se beijando calorosamente, mas é acordado por Helena.

HELENA- Riki? Ri... O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

Ele é flagrado deitado, abraçando e beijando um extintor de incêndio!

RIKI- Âhn? Ehr.. Eu tava... Eu tava...

HELENA- Olha, melhor nem tentar explicar!

RIKI-O que você quer?

HELENA- Parece que chegaram uns relatórios pra você do Delta Search e...

RIKI- DELTA SEARCH? POR QUE NÃO DISSE ANTES? SAI DA FRENTE!

Abriu-se um sorriso enorme de orelha a orelha no rosto dele, enquanto ele saía correndo como uma barata tonta pelos corredores da nave, atropelando Helena.

HELENA- Ai! RIKI? RIIIIKIIIIII??? Ahhh... O que foi que eu vi nesse cara?

EPISÓDIO DE HOJE: MARCAS DO PASSADO

Em pouco tempo, o SLICER deixa a nave. Riki mal podia se conter de emoção. Estaciona de maneira ridícula no estacionamento do Q.G e, na displicência, tropeça na quina da porta do carro tentando sair dele.

RIKI- OTANE! ESPERE POR MIIIIIIIM! JÁ ESTOU CHEGANDO! YAHOOOOO!!!

Ele sai dando cambalhotas pelo estacionamento e cantando. Já dentro do Quartel General, tenta manter a compostura militar enquanto marcha pelos corredores, mas sua felicidade é praticamente impossível de ser ocultada.

Algum tempo depois...

Riki já está na CENTRAL DE RASTREAMENTO UNIVERSAL, respirando fundo antes de entrar na cabine do Delta Search, pensando.

RIKI- Acalme-se, Yamashi, Acalme-se... Logo tudo vai terminar e Otane estará de novo em seus braços...

COMPUTADOR- OLÁ, SOLDADO RIKI YAMASHI!

RIKI- Boa tarde, Delta. E então? Me dá as boas novas!!

COMPUTADOR- COMO NÃO, SOLDADO? AGUARDE ALGUNS MINUTOS ENQUANTO PROCESSO DADOS PARA IMPRESSÃO.

Lentamente, começa a sair por um orifício estreito no topo da enorme máquina uma fita de papel impresso, que só vai crescendo e crescendo enquanto sai.

RIKI- Puxa, quanta coisa...

COMPUTADOR- 13 PÁGINAS, INCLUINDO ÁRVORE GENEALÓGICA DE CADA MEMBRO DA FAMÍLIA E DADOS FISIOLÓGICOS, SENHOR.

RIKI- Não imagina o quanto lhe sou grato por tudo isso, Delta! Você é a melhor máquina que já cruzou meu caminho!

COMPUTADOR- Se eu não fosse uma máquina, me sentiria lisonjeado pelos elogios!

Ele sai correndo da sala, saltitante e feliz da vida, quase derrubando o Comandante no corredor.

SOLDADO- Ele parece feliz com o trabalho dele...

COMANDANTE- E eu também vou ficar muito “feliz” se ele fizer isso de novo...

Logo ele retorna à GALVANOM.

HELENA- Oi, Riki. Por que você saiu correndo aquela hora? Cheguei a pensar que tinha se ferido!

RIKI- Não é nada disso! Sabe o que tenho na minha mão? O passaporte que garante meu reencontro com “Ela”!

HELENA- Aaaaaaah, Otane.... Será que você nunca vai esquecer de um simples namorinho de adolescência?

RIKI- NÃO FALA ASSIM DELA!!! Ela foi o motivo que me levou ao alistamento militar! Se não fosse por Ela, eu nunca seria a arma mais poderosa do planeta! Ela...

HELENA- Sim, sim, eu sei, Riki. Você me diz essas coisas desde que eu te conheci, e pra ser franca, não entendo como você se alistou só por ela ter te abandonado!

RIKI- Ora, não é esse o motivo que leva todo homem a se alistar? Nunca ouviu falar na “Legião Estrangeira”?

HELENA- Ah, tá, Riki,nem precisa tentar me explicar isso. Fica na sua!

RIKI- Agora, se me dá licença, vou me trancar no alojamento e estudar essas informações. 

HELENA- Faça como bem quiser... Tolo! Ah, e tomara que já tenha avisado ao comandante sobre essas informações do Delta S...

Ele fecha o portal do corredor na cara dela.

RIKI- Nada vai me impedir de te encontrar, meu amor!!

Assim, ele começa a ler o imenso relatório sobre a família Yubari. Cada página é lida várias e várias vezes, porém algo o aflige. O relatório mais importante, o de Otane, termina assim:

“Abandonou Kyoto em Abril de 1983, destino incerto.”

RIKI- O que ele quis dizer com “destino incerto”?

No dia seguinte...

Riki e Helena estão na sala de reuniões com o Comandante Misaki.

COMANDANTE- COMO ASSIM, RECESSO? A guerra NUNCA tem recesso!!

RIKI- Senhor, por favor! Só uns três ou quatro dias, Senhor! É um assunto urgente na minha família!

COMANDANTE- NEM MEIO SEGUNDO, SOLDADO! PENSA QUE A CORPORAÇÃO É UMA AGÊNCIA TURÍSTICA, POR ACASO? NÓS SOMOS A SUA FAMÍLIA, E VOCÊ DEVE FAZER TUDO O QUE MANDAMOS!!

HELENA- Foi o que eu disse a ele, Senhor! Ele é um soldado muito indisciplinado e egoísta, Senhor!

Riki olha para ela, sentindo o sangue ferver até a testa, mas de repente ele sorri e tem uma idéia.

RIKI- Senhor, tenho uma proposta! O que acha de deixar Helena cobrir minha posição sozinha enquanto eu viajo?

HELENA- COMO É?

COMANDANTE- PERDEU O JUÍZO, SOLDADO??

RIKI- Veja bem, Senhor. Ela vive pedindo por novos desafios. Não seria uma ótima oportunidade de testar todas as habilidades que ela ganhou em todo esse tempo?

HELENA- Riki, seu... louco!

RIKI- Você começou! Minha ausência vai ser uma mina de ouro pra ela! Pense nisso, Senhor!

O comandante, que por um instante tinha fogo e enxofre saindo pelas narinas, começou a montar uma expressão facial de acordo.

COMANDANTE- Quer saber, Soldado? Tem razão! Tem a sua permissão para sair em recesso, e a Cadete Misaki cobrirá seu posto nesse tempo...

Riki quase pulou de alegria, enquanto Helena tentava se segurar para não voar no pescoço dele.

COMANDANTE- Porém, minhas regras são essas: Caso ela precise de ajuda, não hesitará em socorrê-la. Durante os próximos dez meses, o encarregado da higiene dos banheiros e da louça da corporação será só você, e não poderá me dirigir à palavra nem mesmo quando eu estiver falando com você durante um mês, fui bem claro?

RIKI-SIM, S...

Ele quase se esqueceu do que acabou de ouvir, e completa a afirmação com uma pose de continência.

COMANDANTE- Aceita a missão, Tenente Misaki?

HELENA- E eu tenho escolha, Senhor?

COMANDANTE- Dispensados.

Riki sai sorrindo da sala, e Helena cabisbaixa e furiosa. Fora da sala, tudo o que se vê são as silhuetas dela espancando o parceiro com uma cadeira ,projetadas contra o vidro à prova de som.

Em BELLADON...

MIRAI REX- Suponho que tenham pensado em algum plano para destruir Aurion, não é mesmo?

TEMPLE- Bom ter tocado no assunto, Reverendo. MAZOGSS, MANDEM ENTRAR!

MAZOGS- SIM!

Eles abrem o portão da Sala Real, e uma grossa névoa verde invade a sala. Do centro dela forma-se a silhueta de um novo Cybnator, este aparentava ter quase 3 metros de altura, tinha cabeça e corpo de crocodilo, o corpo todo azul escuro quase preto, uma armadura lembrando a de um legionário romano cravejada de espetos por toda parte e um porrete de metal, com quatro lâminas em cada ponta!

TEMPLE- Conheça ANGLER X, meu novo Cybnator. Suas mandíbulas retráteis podem esticar até 2 metros de comprimento, e a boca tem uma abertura total de 135°, o que o permite abocanhar até um caminhão!

MIRAI REX- Diga-me mais!

CROWLEY- Seus calcanhares possuem um gancho capaz de perfurar até 70 centímetros de solo, fazendo com que cada golpe que ele receba seja absorvido pelo ambiente e não por seu corpo. Resumindo, não importa o quanto ele seja atacado, ele nunca cairá!

MIRAI REX- Magnífico, Doutora Temple, magnífico! Ponham-no em ação imediatamente! 

CROWLEY & TEMPLE- SIM!

Eles já iam saindo pelo portão.

Mais tarde...

Num táxi, Riki passa pelas estradas cobertas de neve e neblina de Hokkaido, enquanto Helena faz a ronda matutina no SLICER com a pior cara possível. Logo ele chega em sua singela e tumultuada vila.

RIKI- Como é bom voltar aqui... Agora é só questão de procurar aqueles dois va... Ah, olha o Arashi ali! ARASHI!!

Ele o avista ao lado da latrina da vila.

ARASHI- Riki? E aí cara, tudo limpeza?

RIKI- Por enquanto, sim. Cadê o Daisuke?

Ouve-se a voz abafada de Daisuke saindo de dentro da latrina.

ARASHI- Aqui dentro. Apostei com ele 2 mil Ienes que ele não conseguia enfiar mais de 5 pessoas dentro da latrina, mas de algum jeito, ele conseguiu enfiar 28 pessoas aí dentro!

RIKI- 28?? Ah, tenha dó, Arashi... Cair numa piada velha dessas? YAH!

Ele dá um empurrão na latrina e ela tomba para trás, revelando um enorme túnel com escada e tudo por debaixo do vaso, e todo mundo escondido nele.

RIKI- A brincadeira acabou, gente. Todo mundo pra fora!

DAISUKE- Pôxa, logo agora que tava começando a ficar divertido curtir com a cara do Arashi...

RIKI- Continua o mesmo vadio de sempre, não?

DAISUKE- Qual é o barato dessa vez, Riki?

RIKI- Tenho uma missão pra nós. Tô indo pra Kyoto investigar o paradeiro “dela” e posso precisar de reforços. Podem vir comigo?

ARASHI- Bom, quanto a ir, a gente tá sempre desocupado mesmo, mas...“Dela”? Aaaaaaah não... Ainda tá gamado na Otane? Acorda cara, isso foi há 6 anos!

RIKI- Não pedi a opinião de ninguém! Olha, se vierem comigo, cada um ganha 50.000, feito?

DAISUKE- Por esse preço, te ajudo a encontrar até petróleo em minhas espinhas!

ARASHI- Tô nessa, Riki!!

RIKI- Então, vão se lavar e fazer as malas, o avião pra Kyoto sai daqui há uma hora!

ARASHI- Me passando o conto do vigário de novo, né, seu malandro?

Arashi tasca uma bifa na nuca de Daisuke.

Enquanto isso...

Em um local isolado do Castelo Mirai, Kross medita diante de um enorme livro de capa de madeira e páginas emboloradas.

Longe dali...

Logo o avião deixa o aeroporto de Hokkaido rumo a Kyoto, e os três tomam um táxi para dar um giro pela cidade.

RIKI- Olhos abertos, ela pode estar em qualquer lugar dessa cidade...

DAISUKE- Só você mesmo, hem? Trouxe a gente pra segunda maior cidade do Japão pra procurar alguém, e nem mesmo imagina onde ela está!

ARASHI- Ora, até gênios falham, não?

RIKI- Melhor pararem com gracinha, se não quiserem que eu esqueça vocês aqui!

Ele continua folheando os papéis do Delta Search e atento à pista, quando de repente ele vê uma senhora de idade, fugindo de 5 bandidos. Rapidamente, Riki deixa de ler os papéis e faz cara de bravo.

RIKI- Encosta aí, senhor!

TAXISTA- Mas ainda não chegamos no Hotel!

RIKI- Eu disse encosta! Arashi, Dai, Hora da ação!

Eles pegam suas bagagens e saem correndo do táxi. De súbito, a senhora se vê encurralada em um beco sem saída, enquanto a gangue sacava correntes, adagas, facas e espadas.

BANDIDO 1- E então, velhota, vai ou não vai passar a carteira?

SENHORA- AFASTEM-SE DE MIM, SEUS ANIMAIS!!

BANDIDO 2- Você tem fibra, madame, admiro isso... Mas nem toda a fibra que tem vai te salvar de virar carne moída, hahahahahahahah!

De repente, o bandido com a espada sente um toque em seu ombro.

BANDIDO 1- QÛE QUE VOCÊ...

Nem dando tempo de ele terminar de falar, Riki dá um gancho nele, que o joga contra o muro.

RIKI- Ninguém bate em mulher comigo por perto!

BANDIDO 2- Qual é a sua? Tá a fim de apanhar?

DAISUKE- NÓS estamos!

Ele e Arashi saem de trás das paredes, e se põem em posição de defesa.

BANDIDO 1- ARRASEM COM ESSES CARAS! JÁ!!

A gangue toda se volta para o “Trio Sinistro”

ARASHI- Vamos lá! Chiharu, não me desiluda!

O arruaceiro que segurava as adagas vai pra cima de Arashi, mas graças à sua estatura descomunal, ele salta e dá com a espada verde nas costas do pilantra, dando uma seqüência de 4 golpes com Chiharu. O meliante tenta dar uma estocada nela, mas Daisuke dá uma barrigada nele e o espreme contra o muro. Riki enfrenta sozinho os outros dois bandidos e os desarma facilmente, graças à sua perícia militar, passando uma rasteira nos dois, seguida de um “Flip Kick” ,um “balão” e depois bate a cabeça de um contra a do outro.

BANDIDO 3- Mamãe...

BANDIDO 1- Vocês não conseguem fazer nada direito, é? YAAAAAAAH!

Ele sacou sua espada e partiu pra cima de Riki, que usando seus AURI BRACES, conseguiu rebater o golpe e tirar a espada da mão dele com um chute.

RIKI- DAISUKE, VEM!!

DAISUKE- YAAAAAAAH!

Dai usa um dos bandidos como plataforma de salto e cai de barriga em cima do chefe deles e de Riki, achatando os dois no chão.

DAISUKE- Sorte que caí em algo macio...

RIKI- AAAAAAARGH... Não diga... SAI DE CIMA DE MIM!!

DAISUKE- Hihihih, desculpa.

Ele sai, e Riki joga o “chefão” em cima do resto da gangue.

RIKI- Agora, já podem voltar pro zoológico!

BANDIDO 1-CORRAM! CORRAM TODOS!!!

A gangue sai em disparada, como se tivessem visto o Satã em pessoa.

RIKI- É... Nada mal para um exercício...

SENHORA- O... Obrigada pela ajuda, meus jovens, não sei o que seria de mim sem vocês!

ARASHI- Ora, disp... Espera aí!

Ele olha bem pro rosto da senhora.

ARASHI- A gente não conhece você de algum lugar?

SENHORA- Arashi? Daisuke?

Riki demora um tempinho até cair a ficha.

RIKI- Não... SRª YUBARI??? É mesmo a senhora?

Em Tóquio...

Helena prossegue com sua ronda pelas ruas de Tóquio.

HELENA- Esse Riki ainda me paga!!

Relativamente próximo de onde ela estava, em uma avenida muito movimentada, um caminhão de gasolina abria caminho entre os carros na via. Observando o tráfego, estavam Sir Crowley e o Angler.

CROWLEY- Muito bem, desça e faça a sua parte!

ANGLER- Shim, Shenhor!

O robô-crocodilo abre sua bocarra descomunal e se joga do alto da ponte como um míssil, caindo exatamente na frente do caminhão e o abocanhando.

MOTORISTA- AAAAAAAAAAAAACK!!

Ele ergue o veículo com sua boca e o arremessa contra os outros carros, causando uma imensa explosão.

Ele continua atacando a engolindo todo mundo que tenta atacá-lo.

HELENA- O que será que está acontecendo ali?

Ela pisa fundo no SLICER e vai averiguar.

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Em Kyoto...

Riki e seus amigos estão no apartamento da Srª Yubari, mãe de Otane.

JUN- Sirvam-se, podem ficar à vontade!

ARASHI- Olha só que barato! Eles têm um ATARI!!!

DAISUKE- Isso não é nada, olha só a estante de saquês que tem aqui!

ARASHI- Topa uma partidinha de Enduro?

JUN- Não acredito que o melhor soldado do mundo ainda ande por aí com essa duplinha de vadios!

RIKI- Eu também não acredito...

Eles vão para a sala de estar.

JUN- Quer um doce?

RIKI- Obrigado. Mas e então, como tem passado em todo esse tempo longe de Hokkaido?

JUN- É uma vida... Desde que nos mudamos aconteceu muita coisa. As crianças resolveram sair pelo mundo no ano passado, quando eu e Satoru nos divorciamos e...

RIKI- Sério? Vocês se divorciaram?

Ela começa a lacrimejar.

JUN- É... Ele foi flagrado se embriagando em serviço e demitido da fábrica, assim preferi pedir divórcio a conviver com essa vergonha. Desde então, tenho tentado tocar a vida pra frente como posso, entende, fazendo serviços domésticos pela cidade ,trabalhando de vez em quando na biblioteca municipal e...

RIKI- Mas você tem sustentado a família toda sozinha?

JUN- Não. No fim do ano passado, Domon e Watari perderam o emprego e resolveram sair do Japão para tentar a sorte na Rússia, agora eu estou sozinha no mundo.

RIKI- RÚSSIA? O que eles foram fazer lá, no meio do gelo?

JUN- Queria saber...Eles nunca me mandam nada, a não ser uns trocados pelo correio. Já Otane...

RIKI- Foi por isso que eu vim à Kyoto, Srª Yubari! Onde ela está?

JUN- Bem...

Ouve-se um barulho de vidro se espatifando no chão.

JUN- O que foi isso aí?

Uma espessa fumaça invade o apartamento, Riki e Srª Yubari vão ver o que houve.

RIKI- Ah não, diga que vocês não fizeram o que eu acho que fizeram!

DAISUKE- A culpa é do Arashi, Riki! Eu falei que jogar o joystick na tela não fazia o carro andar mais rápido!!

RIKI- Seus... BURROS!!! Não ouviram que a Srª Yubari tá passando por tempos difíceis?

Srª Yubari perde as estribeiras. 

JUN- DESASTRADOS! VAGABUNDOS! FORA DA MINHA CASA NESSE INSTANTE! FORA!!!

RIKI- Mas ... A senhora nem me disse...

JUN- EU DISSE FORA!!!

Os três pulam pela janela, e caem nos sacos de lixo na calçada.

RIKI- Ai... Não sei, mas acho que vou esquecer vocês dois aqui em Kyoto!!

Daisuke caiu em cima de Arashi e achatou ele no chão.

RIKI- Não acredito! Justo quando ela ia me contar a parte da história que eu não conheço, vocês fazem essa besteira?

ARASHI- Aaaaaaaaai... Desculpa, Riki... Cara, ainda bem que ela mora no segundo andar...

Enquanto isso...

Helena está de frente para o robô-crocodilo.

HELENA- Acabou a arruaça, Cybnator, sua hora chegou!!

ANGLER- E quem uma mocinha frágil e de carne macia como você pensa que é pra me impedir?

Helena saca a pistola e desembainha sua katana ,posicionando-a na frente do rosto.

HELENA- Vai descobrir! YAAAAAAAH!!

Ela avança em cima de Angler, mas ele a surpreende com suas mandíbulas avantajadas abrindo o maior bocão na frente dela, que dá uma estrela para trás, desviando das suas presas, que mais parecem estalactites.

HELENA- Essa passou perto!

Ele dá uma cabeçada nela, jogando-a contra um poste.

HELENA- Aaaaaah... Essa doeu! Mas eu vou mostrar pro Riki que eu posso contornar qualquer...

Subitamente, Angler salta e atravessa a ponte com a cabeça.

ANGLER- Ainda não acabei! AAAAAAAAA....

Antes que Helena conseguisse se levantar, Angler a abocanha como se fosse um doce, mas...

ANGLER- O que é... Não consigo fechar a...

Helena milagrosamente conseguia manter a boca do robô aberta, empurrando a mandíbula superior pra cima com seus braços. Seu casaco chegou a rasgar nas costas, devido ao esforço.

HELENA- Ninguém me engole! YAAAAAAAAAH!

Angler tentava aumentar a pressão contra Helena, mas ela continuava fazendo valer todo o treinamento que tem tido.

HELENA- Nada mal para uma mocinha frágil de carne macia, não concorda?

Porém, ele abre a boca de uma vez, revelando o enorme ângulo de abertura e fazendo Helena perder o equilíbrio e escorregar até os cantos da bocarra. Ela quase não agüenta a pressão.

HELENA- AAAAAAAAARGH!

ANGLER- Você está morta!

Em Kyoto...

Em um parque, Riki e os dois palermas estão “macaqueando” por aí. Enquanto os dois ficam aprontando, Riki olha distante para o céu. Ele não parece nada bem, seus olhos dão a impressão que ele foi sedado ou algo assim. Não parava de olhar para o horizonte ,com olhar choroso.

RIKI- Vê o que eu tenho de passar por você, Otane?(sigh) Tinha chegado tão perto de te encontrar... E pensar que tinha sido tão parecido... Foi quase uma repetição com sua mãe de como a gente se conheceu...

Ele se lembra da pré- adolescência em Hokkaido, em 1973. Ele ia andando pela periferia da cidade, voltando da escola, quando avistou uma garota fugindo de dois moleques. 

RIKI- Na época, eu já fazia o que podia para trazer justiça ao mundo. Agindo por instinto, segui os três, até que eles conseguiram encurralar você em um muro.

OTANE- Nããããããão! NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO...

Um deles puxou uma navalha, e o outro uma cordinha.

MOLEQUE 1- E então? Por que não facilita as coisas, menina?

MOLEQUE 2- Dá tudo o que você tem e, talvez poderemos poupar sua vida. Talvez...

Simplesmente cheguei por trás dos dois e surrei os dois com minha mochila. Ela nem conseguia se mexer, de tão apavorada. Eu levei uns cortes feios, mas consegui afastar o perigo.

RIKI- Tudo bem com você?

Bastou uma piscadela, e me afoguei em seus olhos...

Enquanto isso...

Helena e Angler prosseguem com sua batalha. Ela sente os duros golpes da clava do vilão, mas prossegue atacando e se esquivando. Ela dá um salto de quase 3 metros e acerta o robô no ombro com o calcanhar, mas ele nem sente.

ANGLER- Pode continuar a bater, suporto qualquer coisa que você possa tentar!

Ela aceita o convite, e o acerta espadadas de todas as direções e intensidades imagináveis, mas o resultado permanece o mesmo.

HELENA- Chega! Por que você não cai?

ANGLER- Porque você é muito fraca. WAAAAAAAH!

Ele dá uma “bocada” nela, jogando-a para o alto, e a enrola em sua língua, puxando ela de volta para sua boca.

HELENA- AAAAAAARGH! ME SOLTA, SEU BICHO ASQUEROSO!

ANGLER- Daí... Você só pode entrar! Prepare-s e para virar meu jantar!!!

HELENA- NÃÃÃÃOOOOO...

COMANDANTE- MINHA FILHA! Chamem o Soldado Yanmaru agora mesmo!

SOLDADO- Sim, Senhor!

Em Kyoto...

Riki ainda está emburrado pelo mico que pagou há alguns minutos.

RIKI- E agora? Com que cara eu volto lá na casa da Srª Yubari?

Naquele instante, o AURI BRACE começa a apitar.

RIKI- Não dava pro dia ficar pior... Pode falar, Comandante!

COMANDANTE- Soldado Yamaru, Helena está em sérios apuros, volte para Tóquio imediatamente!

RIKI- Preciso mesmo?

O Comandante simplesmente desliga na cara dele.

RIKI- Isso é um sim. Arashi? Dai? A viagem tava muito ruim mesmo, mas eu tenho que voltar pro batente!

ARASHI- Como assim? E nós dois, cara?

RIKI- Sabem andar, não sabem? Daqui até Hokkaido devem ser uns treze dias de caminhada.

Ele aperta um botão no AURI BRACE esquerdo e começa a sumir em pleno ar.

ARASHI- Ei! ESPERA, RIKI! VOLTA AQUI! VOLTA! Mas que droga...

DAISUKE- Me lembre de nunca matar nenhum parente dele...

Enquanto isso...

HELENA- FOGO!!

Ela dispara contra os olhos do crocodilo, mas ele rebate a saraivada com sua clava.

HELENA- Aaaack... Mmmmmiserável...

CROWLEY- Chega, Angler! Pode ceá-la agora!

Ele abre a boca o máximo que pode e se aproxima passo a passo de Scarlet, que, apesar de manter o espírito guerreiro, está apavorada. De repente...

AURION- JET SLED!

CROWLEY- COMO?

Aurion surge do nada, deslizando com o Jet Sled e se joga em cima do robô-crocodilo, empurrando-o para longe.

Um brilho intenso se manifesta através do visor de Crowley.

CROWLEY- Finalmente...

A foice negra surge em suas mãos e ele se joga do terraço do prédio.

Lá embaixo...

AURION- Cheguei na hora?

Helena começa a se levantar.

HELENA- Aaaaaah... Quê que você veio fazer aqui, Riki?

AURION- Âhn?

HELENA- Cansou de procurar sua namoradinha, foi?

AURION- O Comandante mandou que eu...

HELENA- FICA NA SUA! Esse jacaré é meu!

AURION- Mas... Mas...

HELENA- Fica de fora disso! Você insistiu tanto para que eu lutasse, pra poder sair em busca “dela”, não foi? Agora, apenas me deixa terminar meu serviço, entendeu? Eu não sou só sua parceira! Não sou só uma cadete! Eu sou uma guerreira militar... E ESTOU FURIOSA COM ESSE CARA E COM VOCÊ!!! Agora, sai do caminho!

AURION- Helena...

CROWLEY- Cross Fire!

AURION- Hã? AAAAAAARGH!!

Ele é alvejado pela rajada laser da cruz de Sir Crowley.

CROWLEY- Quer lutar com alguém? Pode vir!

AURION- Claro! AURION BLADE!

Assim, ambas as lutas recomeçam. Aurion e Crowley fazem um tipo de “braço de ferro” com suas armas, um fazendo pressão contra o outro. Aurion dá uma joelhada no estômago de Crowley e tenta dar um golpe reto com a espada, mas ele se defende com o cabo da foice dá uma cambalhota para trás, chutando o herói durante a trajetória. 

CROWLEY- INFLAMAR!

Ao dar esse comando vocal, a faixa vermelha sobre a lâmina da foice começa a pegar fogo, e ele bate a ponta da arma contra o chão, criando uma trilha de fogo que corre até Aurion.

AURION- GAAAAAAAH!!

CROWLEY- YAAAAAAAH!

Ele salta e tenta acertar outro corte, mas Aurion o defende. Helena continua tentando concluir sua cruzada contra o robô- crocodilo, mas obviamente ele tem muito mais força física que ela. Alternando entre cabeçadas e golpes com a clava, ele não para de judiar dela.

HELENA- Ah... Ah... Desse jeito eu vou acabar morrendo! Tenho que mudar de...

Antes que ela terminasse de falar, levou outra cabeçada.

ANGLER- Você está a um passo do inferno!

HELENA- DROGA! FEYSAR, AVANTE!!

Em poucos instantes a super-moto cruza os céus de Tóquio. Avistando-a, Helena corre e salta sobre a boca de Angler, usando- a como um trampolim para chegar ao veículo.

HELENA- FEYSAR MÍSSIL!!

Ela aperta um botão no guidão, e os mísseis localizados no pára-lamas dianteiro são disparados contra Angler, conseguindo fazer com que ele finalmente perca o equilíbrio. Ela pousa na estrada e aproveita a nuvem de poeira criada pelas explosões para pegar Angler pelo pé e arrastá-lo na pista, jogando-o longe.

HELENA- Agora é minha vez! 

Ela aciona os sensores especiais da moto, e faz uma análise geral de toda a estrutura do robô.

HELENA- Claro! Como não pensei nisso antes?? O mecanismo que movimenta a mandíbula superior é a parte mais sensível dele!

Angler se levanta vagarosamente, sedento por sangue.

ANGLER- Morta! Morta! Você está morta!!

HELENA- VOCÊ TAMBÉM ESTÁ!

Ele corre na direção dela, que acelera a moto a toda velocidade.

HELENA- YAAAAAAAAAAH!

Quando eles estão quase se encontrando, ela empina a moto e levanta vôo, arrancando a mandíbula dele fora.

ANGLER- AAAAAAAAAAAHHHHHHH! AAAAAAAAAH!!!!! Mieáel! Mauia! GAAAAAAAAAH!

Após concluir o ataque, ela aterrissa ,corre até o fim da pista e dá meia volta, quase deitando a moto toda no asfalto.

HELENA- EU SOU CAPAAAAAAAAAZ!! 

Ela mira nas canelas de Angler.

HELENA- Agora, só preciso calcular o melhor ângulo e...

Quase encostando a lâmina no chão, ela passa uma rasteira no robô com a moto e quebra os amortecedores de impacto dele.

HELENA- E agora, para finalizar...

Ela para a moto. Retira a espada da bainha e parte com tudo pra cima dele.

HELENA- AAAAAAAAAAAAAAAAH!

Usando as últimas forças que tem, ela consegue atravessar o peito do robô com a espada, e correr para trás do SLICER antes que ele exploda.

HELENA- Adeus...

Ela apanha a espada do chão após a explosão, e desmaia de exaustão. AURION chega até ela a tempo de pega- la. Sir Crowley nem consegue acreditar no que presenciou.

CROWLEY- Como... Como é possível? Ela é simplesmente uma... humana normal e...

Ele some em pleno ar, morrendo de incredulidade.

Logo...

Riki leva Helena toda enfaixada para o Q.G no SLICER.

HELENA- Você me paga e me deve muito, Riki... Nem imagina o ódio que eu sinto por você nesse minuto!

RIKI- Eu sei que eu mereço, Misaki. Mas pelo menos, você ainda está viva. 

HELENA- Ora, eu sei como cuidar de mim mesma! Mas aguarde, minha vingança será terrível! AI! Assim que eu sarar, você vai precisar de plástica para as pessoas te reconhecerem na rua!

RIKI- Mal posso esperar...

HELENA- AI! Cuidado com isso! Mas... E a “prometida”? Conseguiu reencontra- la?

Ele fica calado por um instante.

RIKI- Prefiro não falar sobre isso agora...

A expressão dele fica chorosa de repente.

TSUZUKU...

A SEGUIR...

O SINMASK rouba um antigo artefato místico, e para fazê-lo funcionar, precisam de outro antigo artefato, mas não sabem que ele pode estar no lugar menos suspeito de todos.

PRÓXIMO EPISÓDIO:

A GAROTA DO GUQIN